Quero-te,
ao ponto de não conseguir lembrar-me se já quis alguém assim.
Ao ponto de não ter a certeza se já quis outras mulheres.
Ao ponto de me baralhares os sentidos, de me sentir capaz de ouvir cores e tactear cheiros.
Apetece-me ser meigo contigo e derreter-me em doçuras.
Apetece-me ser bruto contigo e de te ver entregue à minha barbárie.
Ser indecente e sentir que tu gostas disso.
Ser terno e dócil e sentir que tu precisas disso.
Conduzir os meus dedos por cada milímetro da tua pele
e deixar nela um rasto de brasas,
que derretem qualquer reserva que ainda possas sentir.
Ouvir da tua boca palavras sujas que de outra forma nunca ousarias verbalizar.
Dizer-te indecências que de outra forma eu nunca diria a ninguém.
Apetece-me ser homem, carne, músculo, carrasco, servo.
Apetece-me ter-te mulher, cetim, açúcar, presa, deusa.
E entre o que eu puder ser e o que tu ousares ser,
Sermos coração, paixão, pecado e amor.
Perder conta aos toques e beijos,
ao suores e aos cansaços, a todas as fusões e osmoses.
Romper com os riscos dos limites
e descobrir que não havia nenhum risco a pisar.
Acreditar de que todo o mundo cabe em poucos metros quadrados
e os corpos são vícios insuperáveis e alavancas imprescindíveis.
Quero-te,
ao ponto de um querer que me mata e que me alimenta.
Ao ponto de sentir que só por este querer é que eu vivo.
Ao ponto de sentir que só vivo por me quereres também.
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